súbita mano de algún fantasma oculto

 

 

 

Súbita mão de algum fantasma oculto

entre as dobras da noite e do meu sono

sacode-me e eu acordo, e no abandono

da noite não enxergo gesto ou vulto.

 

 

 

 

 

Mas um terror antigo, que
insepulto

trago no coração, como de um trono

desce e se afirma meu senhor e dono

sem ordem, sem meneio e sem insulto.

E eu sinto a minha vida de repente

presa por uma corda de Inconsciente

a qualquer mão nocturna que me guia.

 

 

Sinto que sou ninguém salvo uma sombra


de um vulto que não vejo e que me assombra,

e em nada existo como a treva fria.

PERSONAL SHOPPER feat.FERNANDO PESSOA

&
Sofía Machain